segunda-feira, 30 de abril de 2007

Another confession

Bah... o friozinho se apresentou neste final de semana aqui na província ... entre mates na praça e geladas no quiosque, admirando o desfile de alienígenas que aqui aportaram em virtude da "penca do boi", pude rever opiniões sobre os mais diversos temas... inclusive sobre a minha irrisória adaptabilidade ao fato que, por mais que me irrite, simplesmente há assuntos que não dependem unicamente da minha vontade.

Irônico - pra não variar - que exatamente esta é, das características humanas, a que mais me fascina. Acredito até que constitua fator determinante para o sucesso em qualquer área (ok ... Darwin falou isso muito antes de mim). Mas eu admito: não me conformo em não conseguir o que quero. Tanto pior quando a situação é resumida em um "não" categórico, a priori irrecorrível. Nem tanto pela idéia de ser considerado insuficiente ou inapropriado por alguém, mas muito mais pela impossibilidade imediata de reverter o quadro.

Talvez isso se dê pela minha exagerada (e às vezes dispensável) racionalidade (sem falar na chatice, teimosia e mania de querer sempre ter razão) ... mas costumo me sentir muito mais à vontade quando posso argumentar a meu favor.

Indignado, ouvindo Foo Fighters:

"Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?
Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?
I’ve got another confession, my friend
I’m no fool
I’m getting tired of starting again
Somewhere new"

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Sinais de vida, afinal

Já não me sinto tão só neste espaço virtual ... os cada vez mais escassos (mas nem por isso menos sinceros) visitantes têm deixado alguns comentários e, surpreso, percebo que não falo sozinho.

Um anônimo fez um comentário interessante de que "você colhe o que você semeia"... Muitas das minhas divagações, inclusive, são baseadas nesta idéia.

Ser polêmico, teimoso, chato, querer ter razão... defeitos ou qualidades? Creio que essas características têm me levado a mais sucessos que fracassos...

No "Prosa e Verso", postagem sobre o "Pequeno Tratado sobre a Mortalidade do Amor", do Alexandre Inagaki, alguém perguntou ironicamente "em qual eu me encaixo"... creio que, dependendo do caso, em até mais de uma das situações. Amores morrem pelas mãos de dois, não penso que haja algum tipo de fim onde apenas um se encaixe.

De qualquer forma, é bom ter companhia novamente ...

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Pensando bem ...

Tá bem, eu admito... a monocultura de divagações tem acabado por tornar um tanto rarefeita esta atmosfera marciana ...

Mas não há como negar que o silêncio das horas tem lá sua graça... e que uma crise existencial está se instalando, umas vezes mais irônica, outras vezes mais tragicômica... outras, ainda, cruelmente dura.

Diante de lugares, fatos e pessoas – uns mais inéditos e inóspitos que outros, volta e meia me vejo boquiaberto com o previsível rumo que as coisas acabam tomando. Melhor seria a ilusão da surpresa...

Ainda me acompanha – de perto – a enorme saudade que sinto da Duda e da Nanda... parece que faltam pedaços... Lembro, como se fosse hoje, da sensação que um abraço apertado foi capaz de provocar em mim há pouco mais de uma semana. É como se, finalmente, alguém tivesse entendido – e retribuído – carinho. Pura e simplesmente. Sem complicação.

Ainda leal a princípios testados e apreendidos “debaixo de mau tempo”, como diz o gaúcho, sigo em frente sem concordar em “empurrar com a barriga”... nada mais patético e medíocre do que tentar dar sobrevida a situações insustentáveis. Afinal, “de amor, não se morre... mas se sofre”.

Já cantava Camões que "o viver é de emprestado”, por isso insisto em manter o bom humor e ser capaz de rir de mim mesmo ... afinal, a rigor, ninguém sai vivo daqui!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Milongas e nostalgias

Escutando Milongamento, do Bebeto Alves, percebo que a nostalgia que me acompanha (aquela do não vivido, à qual já me referi em outra oportunidade), não é apenas um lugar-comum dentro de outro, ainda maior, representado pelas crises existenciais que se têm me apresentado nessa fase dos trinta e poucos e que fariam Descartes gargalhar... mais do que isso, tem sido a parceira interessante e necessária naquelas horas do mate a meu gosto, do silêncio profundo nas noites de frio, chuva e solidão, dos projetos e ambições para o futuro ...

O desassossego pela família que ainda não constituí, pelo tal amor que ainda não conquistei, pelas memórias que ainda não sei se plantei na vida de alguém ... tudo isso e a sensação de finitude e dispensabilidade - que me lembram do medo de ser esquecido - na verdade têm feito com que eu tente ser uma pessoa melhor, afinal ...

Sei que "tudo a seu tempo", mas às vezes sinto que tenho que exercitar a paciência a ponto de não me perder ... como quando se toca uma milonga.