quinta-feira, 2 de março de 2006

Irônica contemporaneidade

Retomei neste feriado de Carnaval – pela enésima vez – a leitura de "As veias abertas da América Latina", do Eduardo Galeano, cuja primeira edição data de 1970 (confesso que ainda não identifiquei o real motivo de não ter levado a termo essa empreitada das outras vezes: se por indignação ou por incompetência, mesmo).

De qualquer forma, um trecho em particular – onde é proposto que os capitais latino-americanos poderiam ser utilizados em reposição, ampliação e criação de fontes de produção e trabalho – causa uma desagradável sensação de estagnação histórica (não encontrei termos mais adequados no meu parco vocabulário):

"... incorporadas desde sempre à constelação do poder imperialista, nossas classes dominantes não têm o menor interesse de averiguar se o patriotismo poderia ser mais rentável do que a traição ou se a mendicância é a única forma possível de política internacional ..."

Àqueles que porventura acreditam que há progressos históricos na política latino-americana, cabe reavaliar os pontos de vista. Até mesmo a leitura de uma obra com mais de trinta e cinco anos poderá ser útil ...

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