segunda-feira, 19 de junho de 2006

Compreensão tacanha, diálogo inexistente

Não tenho certeza se por ironia, limitação de pensamento ou pragmatismo (ou, quem sabe, pelo amálgama de ambos), costumo comentar alguns assuntos de forma pouco apaixonada. Talvez o pecado maior aos olhos de interlocutores desavisados nem seja esta visão mais "fria". Começo a crer que o simples fato de comentar é que às vezes incomoda.

Talvez soe pretensioso, mas entendo cômica – se não trágica – essa tendência de "matar o mensageiro" quando se aborda um tema do qual não se quer ouvir ou uma posição da qual se discorda. Ou o que é pior: quando se percebe que opiniões foram baseadas em adesão e não em pensamentos. Tão mais fácil seria ignorar. Quem não concorda, critique. Dê opinião. Contraponha. Regra primária da civilização e do diálogo.

Em diversas ocasiões esclareci que este espaço é apenas uma válvula de escape pra divagações e que não me atraem as ofensas a quem quer que seja. Sempre tomei cuidado para manter essa linha. Procuro, aqui, mais do que mil visitantes em pouco mais de três meses. Procuro interlocutores, para assuntos sérios ou não. Virtuais ou não. Lógicos ou não. Ponto.

Lembro da Canção Excêntrica, da Cecília Meirelles:

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.

Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre meu passo,
é distância perdida.
Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.

Um comentário:

ana cristina disse...

Mas sempre haverá àqueles que vão ler nossas expressões e,interpretá-las conforme suas muitas,ou pouca sabedoria.Continue sempre expondo tuas idéias.Eu amo lê-las.Bjks!!!!