quinta-feira, 11 de maio de 2006

Aos umbrícolas da mediocracia

Caros Senhores

É aviltante a decadência moral das figuras públicas que estampam manchetes e alimentam os círculos de debate de norte a sul do país. De todas as suas características, as que mais me incomodam são a mediocridade e a total falta de efetividade. São zeros à esquerda em termos de promoção do bem comum. Verdadeiros parasitas, determinados a aplicar de forma voraz a – infame – Lei de Gérson. Perfeitos mediocratas. Criaturas que vivem nas sombras de sua própria insignificância, quase imperceptivelmente, até o momento em que surge a oportunidade de "dar o bote".

Entretanto, é necessário reconhecer que a falta de ideais, a omissão e a promoção da auto-imagem de "coitados" – no mais das vezes carentes de atitudes como indivíduos e como grupo social – acaba fazendo da sociedade o terreno fértil para a disseminação dessas personulidades. Quando nossa escala de valores morais é posta de lado, a mediocracia se instala e toma ares incontrastáveis de sistema. O conceito de Pátria deixa de existir. Os ideais parecem ridículos. Ao invés de haver foco no debate de problemas e busca de soluções, discute-se sobre pessoas. Quantidade passa a valer mais que qualidade. Surgem "partidos" que reúnem sob suas bandeiras indivíduos dispostos a obter poder e vantagens em detrimento do bem-estar coletivo. É a proliferação da praga.

Quando nós, Nação, encarnamos a apatia, damos condições à consolidação desses que, por sua vez, são bonzinhos, sorridentes e populares – Oscar Wilde dizia que só são populares aqueles que são medíocres, no sentido de que todas as nossas ações nos possibilitam adquirir um inimigo.

Analogamente à Democracia, mediocracia deve significar "governo dos medíocres, pelos medíocres e para os medíocres". Mas é mais que isso. Trata-se de uma forma truncada de governar, sem continuidade histórica e onde a crise é um fantasma perene.

Para combater a obscuridade que se cria, são necessárias a consciência e a ação. A adoção e a prática de ideais. O exercício da opinião. A reavaliação de méritos. A busca da superação individual pela sinergia.

O caminho é árduo, mas não impossível.

Um comentário:

Anônimo disse...

É, cara. Este é o "reino" que impera nas plagas desta pátria amada e idolatrada(!). Creio mesmo que é a ausênca do nosso (=cidadãos) forte "exercício da opinião" que "acaba fazendo da sociedade o terreno fértil para a disseminação dessas personulidades" que vemos a torto e a direito de sul a norte e por todos os quadrantes. E tens toda a razão. "São necessárias a consciência e a ação" efetivas e eficazes para varrermos os "umbrílocas da mediocracia" dos nossos pés. Só assim poderemos caminhar em frente, livre de sombras nefastas e ao abrigo dos raios da esperança.
Parabéns pelas "divagações marcianas". Não sou ET, mas farei periódicos pousos neste planeta. Abraço,
Pedro.
(Por falar em) ET: Quem me "vendeu" (nada a ver com os famigerados sanguessugas brasilóides)o teu blog foi o Battanóli.