segunda-feira, 18 de junho de 2007

An ordinary guy

Esse era ele:

Nem tão CDF que lembrasse, sem esforço, mais do que umas oito ou dez capitais européias (a geografia é tão dinâmica, pensava). Nem tão desligado que não soubesse o nome do atual papa e sua nacionalidade.

Nem tão engajado a ponto de militar ideologias e erguer bandeiras. Nem tão alienado que não manifestasse sua opinião abertamente, sem se intimidar.

Nem tão medíocre a ponto de se contentar com o “status quo”. Nem tão ambicioso que pagasse qualquer preço por seus sonhos.

Nem tão eclético que consumisse funk e sertanejo. Ou que devorasse Paulo Coelho e congêneres. Mas preferia “conhecer pra poder criticar”. Adotava o posicionamento técnico da comunicação (vício de ofício), onde é fundamental “falar a língua do interlocutor”, embora eventualmente (quase sempre) errasse na escolha do idioma ... No final, tentava manter “a mente aberta” ...

Nem tão presente a ponto de controlar a vida dos amigos. Nem tão distante a ponto de esquecê-los ...

Mas tinha sonhos ...
acima de qualquer pseudo-filosofia:

Queria não passar pela vida em brancas nuvens ...
Queria ser lembrado como o amigo às vezes tosco, mas sempre leal ...
Queria conseguir interferir positivamente na vida de alguém, de forma a merecer menção ...
Queria, ao fim de tudo, ser lembrado por sua firmeza de caráter, não obstante seus medos e incertezas ...
Queria, no fim das contas, não se sentir tão só na jornada da vida ..

Sabia que seus desejos eram, aos olhos dos outros, banais ... mas eram os mais importantes que poderiam existir ...

Mas não tinha condições de fazer algo além de tentar realizá-los ... um dia de cada vez!

5 comentários:

Anônimo disse...

Tá louco de bueno meu galo.
Cada dia escrevendo melhor, agora temos que fazer o "ruralito" aquele e o da "moleira aberta".
Ai sim, nestes nós vamos tocar fundo nas feridas das percantas ingratas que a vida nos apresenta.
Abração.

Anônimo disse...

Realmente... muito bom!!!
Afastar os holofotes de ti (mesmo sabendo que estás te referindo a ti mesmo) faz a gente pensar... e se colocar no lugar do narrador.
Caso não tenha sido clara, isso foi um elogio!
Quanto a "se sentir tão só"... saiba que tens amigos (incluo-me nessa categoria) não deixe de fazer uso dessa prerrogativa!!!
Beijos
FAbi
****OBS. Publique somente a primeira frase...os outros comentários são pessoais para ti***

Anônimo disse...

é isso ai meu galo!!!
Não "podemo" se entrega pra essas julica.
A gente tenta ser o mais certinho possível pra agrada, e elas só querem os errados.

Vamos fazer uma frente contra as mulheres que nos fazem de palhaço!!!

Enquanto eu não acho a pessoa certa, vou me divertir com as Erradas!!!

Anônimo disse...

Autobiografia...

Parece que tô te ouvindo falar.

Grande abraço pra ti, Márcio!

Anônimo disse...

Rock e Sertanejo.Amo, igualzinho.
Adoro ler e gosto de paulo Coelho, apesar das críticas "ele é óbvio"...o óbvio é sempre difícil de ver.