segunda-feira, 4 de junho de 2007

Sobre as decisões

Divagações ... desta vez, dirigidas a uma amiga:


"Estive pensando sobre como seria bom se, em alguém ou em algum lugar, fosse possível encontrar a resposta certa pras coisas que nos incomodam e, por isso, pedem solução – aqueles assuntos que nos tiram da “zona de conforto”, onde NUNCA deveríamos nos contentar em ficar.

Aprendi há algum tempo que esse “alguém” e esse “lugar” existem ... mas – definitivamente – não são pontos externos. É em nós mesmos que podemos encontrar as respostas mais acertadas – entenda-se que “acertadas” não são aquelas que não são passíveis de erro, mas as que levam em consideração todas as variáveis que somos capazes de perceber – e sentir – ao analisar determinada situação. São respostas justificáveis exatamente porque levam em consideração, principalmente, o que se SENTE no momento que antecipa a tomada de decisão. Portanto, mais ajustadas e coerentes do ponto de vista pessoal e, via oblíqua, dificilmente nos levarão a arrependimentos.

Falando em arrependimentos – e culpas, que costumam andar juntos – é bom lembrar o dito popular: “a gente se arrepende do que NÃO faz”.

Pois bem, sem o menor interesse de entrar em polêmicas político-religiosas, tenho pra mim que a culpa seja uma criação judaico-cristã que serve pra “engessar” a vontade e as ações das pessoas. Serve como um “buçal” ou um “freio”, utilizando termos mais regionais. O conceito moral incutido da culpa faz com que levemos em consideração OS OUTROS antes de nós mesmos, na maior parte das vezes. Mesmo que isso tenha certa utilidade na vida em grupo, é um verdadeiro ATRASO em termos individuais. Não esqueça que decisões acerca de vida pessoal deveriam considerar, principalmente, o bem-estar do sujeito envolvido. Quantos preferem se anular a tomar atitudes que supostamente desagradariam outras pessoas ...

E o que é ainda pior: por mais que alguns queiram, tentem ou até consigam – eventualmente – influenciar tuas decisões, É SÓ TU QUEM VAI ARCAR COM AS CONSEQÜÊNCIAS. No fim das contas, é a TUA vida o palco do drama – ou comédia – que se apresenta!

Tudo isso pra dizer o seguinte:

Não PENSE apenas pra decidir. Não seja SOMENTE racional. A mera racionalidade nos arrebanha, nos torna iguais e nos faz permanecer na tal zona de conforto.

SINTA mais os fatos e as conseqüências possíveis. Esse sentimento das coisas é o que te faz uma pessoa única.

Lembre SEMPRE que o que se vive é o MOMENTO. O passado já foi (aliás, todo o passado é perfeito em si, porque não permite mudanças). O futuro é uma incerteza (imperfeito, portanto, já que pode e PRECISA ser construído).

Talvez tu até concordes que esta é uma percepção razoável, apesar de algum exagero. Mas ser razoável nas decisões é muito diferente de ser racional. E muito melhor".


Espero, assim, que a tua decisão seja a mais acertada ... na tua percepção.

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