domingo, 17 de junho de 2007

“Tá ... mas o que te falta ?”

Depois de quase uma semana censurando pensamentos, tentando não ser influenciado pela pieguice que se avizinhava em função do Dia dos Namorados, aqui vão as divagações que, reincidentes como todas as demais, conseguiram sobreviver ...

Pois bem ... há talvez uns quarenta dias, numa dessas mesas de bar onde a vida se nos apresenta muito mais simpática e simples, comentava com um Amigo (é, daqueles poucos com “a” maiúsculo, que a gente considera irmão mesmo) a alegria por finalmente ter conquistado certa realização pessoal e profissional. Ponderávamos sobre a maturidade que trinta e poucos anos de vida podem oferecer no que diz respeito à capacidade de gerenciar expectativas e decepções do dia-a-dia. Observávamos que o tempo – que há pouco mais de dez anos era um adversário desleal contra o qual corríamos – hoje caminha a nosso lado. O que teria mudado desde então? É óbvio que nossa percepção da relatividade do tempo evoluiu, e é exatamente esta forma mais serena de ver as coisas que faz com que vitórias tenham aquele sabor diferente, um significado especial. E faz com que as eventuais derrotas ganhem caráter de aprendizado.

Entre filosofias de bar (as melhores que há) e comentários mais mundanos sobre a biodiversidade representada nas cercanias, fui fuzilado com a pergunta título deste post ... ao que, antes que percebesse, havia respondido sem pensar: “família” ... não necessariamente a que vem com gato, cachorro, papagaio e periquito ... mas aquela com uma Companheira (sim, com “c” maiúsculo, que dá orgulho de bater no peito e dizer: “ela está comigo!!”), que me conquiste a cada dia e me deixe conquistá-la; que goste de ser cuidada e acarinhada e – de vez em quando - saiba retribuir; que seja leal e franca; que entenda/ature/aceite minhas palavras e meus silêncios; que não se leve muito à sério e goste de sorrir ... e que, com o tempo, concorde com a idéia de que um barrigudinho possa ser a continuação da nossa história ...

Eu, que já disse que até acredito em amor, mas já não creio nas pessoas ...
Eu, que já fui equivocadamente interpretado como “solteiro convicto” ...
Eu, que já preferi estar sozinho em nome da estéril “paz de espírito” ...
Eu, que já aprendi que minhas certezas são verdades vãs e efêmeras ...

Quem diria ... mas (re)avalio que há conquistas que (somente) têm um sentido maior se puderem ser divididas ... além disso, há quem diga que a resposta espontânea tende a ser a mais acertada ... então, meu Amigo, apesar de estarmos ambos surpresos, eu sustento o que disse!

É ... eu bem que tentei censurar, mas sabe com é ...

Um comentário:

Madame Mim disse...

Seu blog é muito legal.
Tô lendo aos poucos.